quinta-feira, 8 de setembro de 2016

DESMAME

Hoje vou falar um pouquinho sobre o desmame da Anita.
Quando engravidei, li, pesquisei, me informei sobre tudo que eu poderia fazer que seria o melhor e mais saudável pelo meu bebezinho que estava por vir, e uma das coisas que li foi sobre o aleitamento materno e seu sucesso. 
Desde que descobri que estava grávida comecei a "preparar" meus mamilos para não sentir tanta dor nesse momento e nem pensar em desistir, pois já vi muitas pessoas dizerem o quanto foi difícil amamentar e que desistiram. Então, no banho, eu passava bucha vegetal e depois colocava suco de limão. Havia lido na Internet que sua acidez ajudaria no preparo...  Mito ou verdade, eu fiz e deu certo. Após o nascimento da Anita, senti sim algumas dores ao amamentar, mas nada traumatizante. Em pouco tempo me acostumei a amamentar e ao invés de sentir dor, comecei a sentir um lindo prazer de estar alimentando minha filha e vendo seu crescimento dia após dia a olho nu e cheia de saúde. 





Assim foi, em livre demanda durante seus primeiros 6 meses. Apenas leite materno e nada mais, e minha filha era muito feliz dessa forma! Sem suquinhos, frutinhas, nem chás. 
Após os 6 meses, Anita começou com as papinhas de frutas, depois as salgadas e por fim começou a comer a comida "de casa". Apesar de estar se alimentando, continuou a tomar leite materno. 
Assim foi até seus 2 anos e 2 meses. Aos trancos e barrancos, e sim, ouvindo muita besteira no meio do caminho, inclusive bem antes dela ter completado 1 aninho ouvi que criança" grande" (com mais de 1 ano)  mamando no peito era feio e que meu leite era água depois disso, que a dependência era minha e não da bebê, que eu tinha que parar de amamentar com 1 ano, e por aí vai... Mas, eu como mãe, sei o que é melhor pra minha filha, então segui em adiante. 
Acredito que o sucesso da amamentação se deu devido ao tempo que fiquei com a Ani, pois depois que ela nasceu eu comecei a trabalhar apenas de manhã e  ficava o restante do dia com ela. Também porque não dei complemento (fórmula) e nem chupeta. 
Quando eu ia para o trabalho depois de seus 5 meses, antes de sair eu a amamentava, tirava leite, congelava, fazia tudo direitinho, mas ela não tomava o suficiente, nem na mamadeira e nem no copinho, mas quando eu chegava na minha mãe ela dava aquele sorrisão de alegria e amor e mamava até ficar com a barriguinha cheia. Naquela época eu trabalhava das 8h30 às 12h. 






Quando Anita fez 2 anos, eu já estava meio cansada.  Sim, amamentar cansa, pelo menos pra mim cansou, pois continuava em livre demanda e me sentia sem tempo pra mim. Meu objetivo era amamentar até os 2 anos. Depois disso o que viria era lucro. 
Apesar da minha vontade, tinha muita dó de negar algo que eu ainda tinha em abundância e não sabia o que fazer. Até que um dia conversei com uma mãe da escola em que trabalho e comentei com ela sobre o assunto e ela me relatou que uma das filhas foi amamentada até os 3 anos e a outra até mais ou menos 2 anos e meio e que para começar a cortar ela foi diminuindo as mamadas do dia, depois da madrugada e por último as da noite (antes de dormir).

 Explicou que durante o dia ela oferecia o leite em pó, sempre conversando com as meninas, explicando que já estavam ficando grandinhas e que agora poderiam tomar o leite no copinho, e que mamar agora era só antes de dormir...
Enfim, ela me deu uma luz no fim do túnel, eu me enchi de coragem e resolvi que no final de junho, início de julho iria tentar, já que em julho eu entraria em férias e teria mais tempo para dormir, caso o trabalho fosse muito grande na madrugada.
Na escola, quando eu ia acordar a Anita no soninho, antes de irmos para casa, eu dava de mamar à Ani, então já fui conversando com ela que agora tomaria no copinho seu leite. 
Nos primeiros dias em que a acordava e oferecia o leite, ela chorava, dizia que queria mamar, não queria leite (para a Anita mamar era no peito e tomar leite era no copo), ficou muito resistente e muitas vezes nem tomou o leite, ia tudo para a pia.
Nossa rotina era massante para mim, porque depois de mamar na escola, quando chegávamos em casa ela queria mamar de novo. No meio da tarde novamente... como era em livre demanda, chegada a mamar diversas vezes a tarde e até o desmame ela acordava toda noite entre 1 e 3 vezes. Eram raras as noites que ela dormia direto até o outro dia. Viver 2 anos assim estava bem difícil, por isso também que decidi desmamar.
Em alguns poucos dias a Anita se acostumou a não mamar durante o dia, pois eu sempre oferecia o leite no copinho e dizia que era só para dormir. Aos poucos, ainda conversando muito com ela, chegou a hora da estratégia da mãe de minhas alunas!
Expliquei que agora ela não precisava mais mamar de madrugada e que agora teria água caso ela acordasse.
Fiquei morrendo de medo na primeira noite de ela acordar, querer mamar, eu não dar e depois despertar, chorar muito e dar o maior trabalho para dormir novamente, mas fui surpreendida!
Claro que não foi 100% tranquilo, nas primeiras noites ela acordou pedindo para mamar, mas eu continuei firme em minha decisão, disse que tinha água e perguntei se ela queria. Algumas vezes ela até aceitou, mas tomava 2 goles, pedia para mamar, eu dizia que não, ela chorava (mais resmungava) um pouquinho, mas voltava a dormir logo.
E assim, de repente, ela parou de acordar a noite!! Mágica maravilhosa! 
Por fim tirei a mamada para dormir. Sim, a Anita dormia no peito desde sempre, e achei que essa seria a parte mais difícil, mas não foi. Algumas noites ofereci o leite no copinho à ela, algumas vezes aceitou, mas aos poucos foi recusando e não querendo mais, eu  permanecia com ela na cama, batia em seu bumbum e ela acabava dormindo, e assim foi o desmame da Anita.
Eu sempre achei que fosse ser muito difícil, mas é o que eu sempre digo, conversar com a criança é tudo, pois elas entendem e se sentem respeitadas, dessa forma aceitam mais facilmente a mudança que está acontecendo em suas vidas.
Hoje, a Ani reduziu a quantidade de leite que ingere, mas se adaptou rapidamente ao desmame. Acredito que ela tome a quantidade que seu corpo pede, pois ela gosta bastante de leite, puxou ao pai, porque leite pra mim só em vitaminas e com cereais. Anita toma até leite de vaca puro e acha uma delícia (urgh).

Felizmente e com muito orgulho, consegui amamentar minha filha até seus 2 anos e um pouquinho mais, e tenho certeza que isso só trouxe benefícios à sua vida. Hoje ela é super saudável, nós temos uma ligação incrível e sei que os benefícios não foram só para seus primeiros anos, mas para toda sua vida!




Esse sorriso fez com que cada hora que me dediquei à amamentação da Ani valesse a pena! Meta cumprida!

E se eu pudesse dar um conselho à vocês, mamães que querem amamentar seus filhos por 1, 2, 3 anos ou mais, seria: NÃO DÊ OUVIDOS AO QUE AS PESSOAS VÃO FALAR PARA VOCÊ, NÃO DISCUTA, NÃO SE ESTRESSE, AFINAL, ELAS NÃO ESTÃO DISPOSTAS A MUDAR SUAS OPINIÕES, INDEPENDENTE DE TUDO QUE VOCÊ DIGA, DO QUE TENHA ESTUDADO E APRENDIDO OU DE QUAL É A SUA VONTADE, APENAS SIGA EM FRENTE SEM SE IMPORTAR COM QUE OS OUTROS VÃO DIZER OU PENSAR, FAÇA PELO SEUS FILHOS O QUE ACHA QUE DEVE E TENHA CERTEZA QUE ESSE É O MELHOR A ELES!

Boa amamentação!

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