sábado, 24 de maio de 2014

DIÁRIO DA ANITA - ENSAIO NEWBORN QUE NÃO É MAIS NEWBORN

Ontem levamos nosso amorzinho para tirar fotos (mais fotos). É bom que ela se acostume, pois a mãe dela odiaaaava tirar fotos quando era criança e sempre saía com cara de invocada.
Primeira vez que dirigi depois de 1 mês e 3 dias. Fiquei mega apreensiva, pois estava saindo dessa vez com um bebê no carro, o meu bebê, a pessoinha mais importante da minha vida! É muita responsabilidade!
Como o bebê "desconforto" obrigatoriamente deve ficar virado para trás, não conseguia ver a Anita no carro, fui pegar minha mãe para ir olhando ela pra mim. O Pedroquinha foi junto.
Buscamos o Thi no trabalho e fomos, lá no Ipiranga.
Não gostei muito, achei o trabalho bem amador. A sorte delas é que a Anita é linda, então as fotos não tinham como saírem feias, rs.

Espero que curtam as fotos da minha pequena modelo!

Beijos da Elá e da Ani.










DIÁRIO DA ANITA - RESUMO DO PRIMEIRO MÊS

Quase um mês passou, e voando!!! 
Os 29 dias mais felizes e que me sinto uma mulher completa! 
São 29 dias sem dormir uma noite inteira, quiçá 3 horas seguidas...
Vinte e nove dias trocando fraldas, dando banhos, cuidando, acarinhando, ninando, alimentando, babando, mimando, e amando, amando, amando.
Vinte e nove dias de aprendizado, que meu coração bate fora do meu peito, e percebendo a cada dia que é possível, sim, amar ainda mais do que já amo.
Dias que só me fizeram entender aquelas mães que eu considerava "loucas" e hoje já me vejo um pouquinho (ou muito) nelas.
Não consigo imaginar alguém fazendo qualquer tipo de mal à minha filha, tenho certeza que atropelo o mundo com um trator por ela, e podem me chamar de louca, não ligo!!!
Nossa adaptação foi muito tranquila e a maternidade para mim veio naturalmente!
Hoje me sinto mais mulher, mais generosa, mais capaz, mais feliz, mais completa, mais segura, altruísta  e muito menos egoísta... Não me estresso facilmente, faço tudo com prazer e com muito amor, até quando estou caindo de sono e ela quer mamar a noite inteira!



                                          

Os primeiros dias de adaptação foram mais pela falta de espaço aqui no AP do que por tê-la em nossa casa. Ela já é uma pecinha imprescindível aqui dentro, não existe mais o apartamento da Elá e do Thi, agora é a casa da Anita, da família da Anita. Inclusive o cheirinho dela já está pela casa toda!
Tivemos que nos adaptar com o bercinho que vai da sala pro quarto e do quarto pra sala. Encher a banheirinha dela, a iluminação do quarto na madrugada, o descontrole total do tempo (confesso que ainda estou perdida), as roupinhas que tenho que lavar a mão diariamente (como suja, minha nossa...) e tenho medo de alergias, então lavo com sabão de coco...
As fraldas desperdiçadas, depois de ter limpado ela, passado hipoglos e assim que fechar a fralda ela faz cocô de novo. Claro que troco novamente... não vou deixar minha pequerrucha suja! (Que dóóóó da fraldinha).

São muitas coisas, mas tudo vem acontecendo tranquilamente. Parece uma loucura eu falando, né?! E é! Hahaha, mas tudo faz parte, a exaustão então, nem se fala, mas é uma exaustão gostosa. 
Meus olhos já não são mais os mesmos, estão acompanhados de duas bolas roxas azuladas, estou mais parecendo com um urso panda do que com um ser humano...!! 

Nas duas primeiras semanas tive ajuda do Thi e da minha mãe. O Thi que fazia praticamente tudo pra mim, até colocar comida no prato e me trazer. Com a Anita eu me virava bem, só nos dois primeiros dias em casa que não consegui dar banho nela. Por conta da cirurgia estava bem fraca ainda, ficava um pouquinho em pé e minha vista escurecia. Eu até tentei, mas foram minha mãe e o Thi que deram os dois primeiros banhos da pequena aqui em casa.
Isso me aborreceu, pois era uma coisa que eu queria muito fazer, mas não tive condições. Enfim, agora dou banho nela todos os dias e é isso que importa!
Minha mãe ainda me ajuda muito. Sempre que peço ela vem aqui em casa, lava as roupinhas dela, faz comida, dá banho, porque as vezes temos um compromisso e não dou conta de fazer tudo até o horário do compromisso, mas procuro não pedir muito, pois ela cuida do meu sobrinho Pedro, e não quero sobrecarregá-la.
O Thi me ajuda aqui em casa, de noite troca umas fraldas da Ani e outras coisinhas mais, mas de madrugada eu faço tudo sozinha, fico com dó de acordá-lo, pois no outro dia ele trabalha. Só peço ajuda quando acontecem acidentes, como um banho de cocô de madrugada, rs.


Quanto à Cesariana, eu me recuperei bem, meu corte cicatrizou, mas ainda não 100%, e tem poucos resquícios vermelhinhos. 
Graças a Deus os pontos caem!
Dor, tive mais forte nos 3 primeiros dias, andava encurvada, mal conseguia me virar na cama, tinha que pedir ajuda do Thi toda hora, ele me ajudava quando eu precisava ir ao banheiro, e para me levantar. Eu demorava o triplo do tempo para ir à algum lugar que levaria para chegar normalmente. 
No ultimo dia na maternidade eu já estava bem melhor, inclusive minha médica me deu uma bronquinha por eu estar sentada com pernas de índio quando foi me ver. De qualquer maneira, me recuperei super bem.
Ainda sinto umas dores agudas do lado esquerdo da barriga, mas acredito que seja normal.
Minha pele, no local do corte, ainda está meio adormecida, mas já melhorou 50%.
Uma coisa boa para mim é que me recupero rápido de cirurgias, então, agora, está tranquilo. Consigo curtir muito a Anita!!

PEDIATRA
A pediatra da maternidade nos aconselhou a levá-la ao pediatra dela de 2 a 4 dias após sairmos de lá. Então fomos à caça de um.
Nossa, demos sorte, pois acertamos de primeira.

Adorei o doutor! Já é mais velho, portanto mais experiente. Muito gente boa!
Naquela semana teve feriado e queríamos ir viajar. Mãe louca? Se sou o pediatra é mais ainda!
No início fiquei meio apreensiva de ir ou não, porém fiquei pensando: "E se eu morasse no interior e tivesse vindo para São Paulo para ganhar a Ani? Ficaria em São Paulo um mês hospedada em um hotel para depois poder voltar para casa?".
Então perguntei para ele se eu poderia ir com ela para o interior, 1 hora de São Paulo, e ele na maior tranquilidade disse: "Ela é uma pessoa normal, está tudo funcionando direitinho! Vai viajar, se quiser ir de ônibus, avião, submarino, pode ir!" Muito comédia! Perguntei a mesma coisa sobre furar a orelha dela e ele falou que o quanto antes era melhor, para ir atrás disso com alguém de confiança.









PRIMEIRA VIAGEM DA ANITA:
Com apenas uma semana de vida, a Anita foi viajar para a chácara. Só não foram os priminhos da Anita, pois era o fim de semana dos pais deles.
A Anita AMOU!
No caminho até lá se comportou muito bem, foi no bebê conforto e eu fui atrás com ela, segurando sua cabeça, pois esses bebês confortos, só tem conforto mesmo no nome!
Na chácara ela dormia super bem, as quatro noites eu que tinha que acordá-la para mamar, senão dormia a noite inteirinha!
O Ar puro, silêncio e qualidade de vida é tudo na vida de uma pessoa, por isso ainda não tirei da minha cabeça a ideia de ir morar no interior! 





Comemoração de uma semana de vida da Ani


ORELHA FURADA:
Fomos atrás de alguém que furasse a orelha da Anita. Já não furam mais nas maternidades há alguns anos, então pedi indicações com amigas que tem meninas e consegui uma enfermeira da Pró Matre que veio aqui em casa.
Minha mãe comprou um brinquinho de ouro, pois disseram que tinha que ser assim, e ela e meu pai presentearam a Ani com os brincos!
Com 5 dias de vida ela já estava de orelhinha furada! A enfermeira foi delicada, a Ani chorou, mas nada absurdo. Acho que chorei mais do que ela...
A orelhinha já cicatrizou e está uma boneca de brinquinhos!





TEMPERAMENTO:
Muitas pessoas me perguntam como é a Anita, seu temperamento... 
Bom, ainda é cedo para falar, ela só tem 29 dias, mas por enquanto ela tem se mostrado muito boazinha, calma, só chora MESMO quando está com a fralda suja, com fome ou com dor. E ainda assim ela resmunga, só chora quando está no limite. Digo que é a minha anjinha!!



SONO:
Cada noite é uma noite. Tem noites que ela dorme muuuuito mal, acorda de hora em hora, MESMO! Por exemplo: costumo dar de mamar para ela, o que dura aproximadamente 15 minutos e a coloco para arrotar: mais 10 minutos + ou -. Depois troco a fralda dela, que normalmente está suja. Nesse meio tempo ela acorda e se eu a colocar no berço, chora. Já entendi o esquema dela, só vai dormir de novo se mamar mais um pouquinho. Esse pouquinho dela dura mais uns 10 minutos, arrota de novo (se eu tiver sorte, arrota rapidinho) e aí sim volta para o berço. Portanto, todo esse processo dura em torno de 45 minutos. Daí, nas noites difíceis, eu a coloco no berço, e em 30 minutos mais ou menos ela acorda de novo.
Não é a toa que estou com olheiras. Porém, tem noites maravilhosas, que ela dorme de três horas e meia a quatro horas e meia, acorda para mamar, troca a fraldinha e boa, dorme de novo!
Juro, uma hora a mais de sono é TUDO na vida de uma mãe! Vale mais do que ouro, e dá uma alegria sem fim!!

Durante o dia é uma dorminhoca, dorme demais. Acorda, fica uma horinha acordada e volta a dormir de novo.
                                             Já mudou muito depois dessa foto!

BANHO:
Se tem uma coisa que a Anita ama é tomar banho!
Ela não gosta de colocar e nem tirar o body, principalmente os braços. Fica brava e resmunga, mas é só isso. Até para limpar o narizinho ela é boazinha.
No banho fica super quietinha. Vou dando banho e conversando com ela,cantando e falando o nome de cada parte do seu corpo que vou lavar, e ela presta a maior atenção. Fica com os olhinhos vidrados enquanto falo.



AMAMENTAÇÃO:
A primeira vez que fui amamentar a Anita, a enfermeira se impressionou e disse: "Essa é mesmo sua primeira filha?", rs. Não foi tão difícil a primeira mamada, mas as outras também não foram tão simples!
Amamentar no começo não é simples!
As vezes as mães levam para si toda responsabilidade de não conseguirem fazer o bebê mamar, mas temos que pensar que não somos apenas nós que estamos nos adaptando, mas o bebê também está. 
Ele tem sim o instinto de sugar, mas ele não sabe exatamente como pegar o bico. No começo, eu tentava de uma maneira e cada hora vinha uma enfermeira e dizia uma coisa diferente.
Uma falava que não precisava segurar o seio para o bebê mamar que ele não sufocaria, a outra dizia para segurar para não sufocar.
Elas querem ajudar, a gente sabe, mas é muito escroto alguém ficar segurando o bico do seu seio e ficar tentando encaixar na boca do bebê...
No fim das contas, nada do que elas me disseram valeu de alguma coisa, eu e a Ani nos adaptamos a nossa maneira e deu muito certo. Prova disso é que tenho uma bezerrinha em casa.
Não tinha muito bico no seio esquerdo, mas se você também não tem, não se preocupe, só não deixe de insistir para o seu bebê pegá-lo, pois conforme ele vai mamando, o bico vai se formando sozinho e depois não haverá mais dificuldade nenhuma!

Quanto as dores nos seios, eu senti, mas foi suportável. Dói mais no início de cada mamada e depois vai melhorando! Acredito que a buchinha vegetal e o limão foram meus grandes aliados!
Quando eu estava com mais dor, minha médica me receitou uma pomada de lanolina. Ela ajudou bastante. E o bom dela é que você pode passar e não precisa limpar os seios antes das mamadas. O bebê pode ingerir que não faz mal nenhum!

A POMADA DE LANOLINA
Mudando um pouquinho de assunto, meus lábios estavam super rachados. Ficaram por mais de um mês. Dias antes da Ani nascer e depois também.
Sou super alérgica a praticamente tudo, e tudo que eu passava, ao invés de melhorar, só piorava. Daí esses dias, pensando muito no que eu poderia passar para curar meus lábios, me veio a bendita pomada de lanolina na cabeça.
Pensei: "Se serve para cicatrizar, hidratar e pode ser ingerida por bebês, se não fizer bem, mal não vai fazer!".
Gente, deu super certo!!! Recomendo muito! Daqui pra frente, terei sempre comigo essa pomadinha milagrosa.
Para vocês terem ideia, estou há uns 7 anos com alergia nos lábios, ela vai e volta, e tudo que passo parece só piorar. Encontrar algo que deu certo, me deixou extremamente feliz, pois me incomodava muito, fora que doía, saía pele, sangrava... um horror!
Não tenham nojo, na verdade nem penso nisso para não ter, mas a lanolina é um óleo retirado da lã... eles raspam a lã da ovelha e depois retiram o óleo e vira isso que usamos. Mas olha, dando certo, podem me dar o que for que eu passo, com certeza não será pior que meus lábios rachados!

TROCA DE FRALDAS
Minha experiência cuidando dos bebês da família, que se iniciou quando eu tinha 12 anos e meu priminho Arthur (hoje com quase 18 anos) nasceu, me ajudou muito. Não só nisso, mas no trato com bebês também.
Meu primo Heitor tem 7 anos de diferença de mim, não cheguei a trocar as fraldas dele e nem fazer dormir, mas ajudei bastante a fazê-lo comer, rs.

Sempre amei cuidar dos bebês e ajudar as mamães da família. Depois do Arthur veio meu sobrinho/afilhado André (que eu era tipo a segunda mãe dele, pois me enfiei na casa da minha irmã depois que ele nasceu e mal saía de lá, era praticamente todos os dias - sem noção nenhuma, não sei como ela não me xingava), depois veio o Vitinho e o Pedrinho.
É, nenhuma menininha para trocar... e agora?
Bom, ainda bem que existe mãe, né?!
A minha teve três, então está mais do que escolada. Me ensinou como fazer, como limpar a pequena e não tive dificuldade. 
O único problema de ter uma menina é o risco de infecções, pois como é tudo mais próximo, assim que ela faz cocô eu troco a fralda. Durante a noite, se ela não acorda para mamar, eu acabo acordando preocupada com isso e costumo dar uma olhadinha na fralda dela para ver se fez cocô. 
Tenho pavor de imaginar ela tão pequenininha com uma infecção de urina, ainda mais porque desse mal eu entendo!

MESVERSÁRIO
Amanhã a Ani faz um mês de vida. Procurei aqueles bodies com os números dos meses neles, mas não encontrei. Então a solução foi fazer um personalizado. Comprei o body branco e minha mãe costurou as letrinhas que recortei uma a uma. Ficou lindo!!
Mais para frente eu posto as fotos.
Aceitamos encomendas!

FOTOS
A Anita já deve ter em torno de 2000 fotos dela. É, acreditem, somos fanáticos por fotos, cada momento é um flash! Ontem fomos a um ensaio fotográfico, que eu achava que era Newborn, mas na verdade já não era mais, pois a Anita cresceu muito e está gordinha e grande. Incrível como cresceu!
Compramos pelo Groupon, mas não gostei muito, achei o serviço amador, mas valeu pela experiência e pelo estúdio, pois levamos nossa máquina e tiramos fotos com a nossa também!
A seguir irei postar algumas que gostei, mas vamos acabar fazendo nós as fotos da pequena nos próximos meses, acho que valerá mais a pena e ela ficará mais a vontade!

Bom, esse foi o resuminho do primeiro mês de vida do amor da minha vida.
Assim que eu tiver um tempinho a mais, postarei mais novidades de seus dias, meses, anos de vida... rs!

Beijinhos da Anita e da mamãe da Anita!


sexta-feira, 9 de maio de 2014

DIÁRIO DA ANITA - O MELHOR DIA DA MINHA VIDA

Já sinto saudade de tudo, da gravidez que passou voando, especialmente os últimos dias, que eu não imaginava que seriam os últimos ainda... achei que se prolongariam.
Já sinto saudade de senti-la mexendo dentro de mim, sentir seu calcanhar chutar minha costela e comprimir minha bexiga.
Sinto saudade do meu barrigão, que paquerei tanto... já sinto saudade até do dia do parto que parece que foi ontem. Nossa, como essa passagem é incrível na vida de uma mulher! E digo, agora com mais autoridade do que antes: Vale a pena!

                                                   (Última foto oficial do barrigão com 38 semanas)

Vou contar agora, em detalhes, como foi o dia que a Anita veio ao mundo. Não tinha conseguido escrever ainda por conta da correria, mas não posso deixar passar tanto tempo, pois os detalhes vão ficando para trás e não quero que nada se perca com o tempo!

No dia 24 de abril, falei com o Thiago para irmos à um barzinho, pois não sabia quando iríamos conseguir fazer isso de novo.
Pertinho de casa, comemos uma porção de isca de peixe e de frango. Eu fiquei no refri e ele na cerveja, como amo uma cerveja, dei dois golinhos da dele. Foi muito gostoso e ficamos falando, claro, sobre a Anita, tentando adivinhar quando ela iria nascer... e o Thi chegou a dizer que gostaria que fosse no dia seguinte (25 de abril), mas no fim da tarde.
Nosso passeio foi rápido, saímos de lá às 21h. Chegamos em casa e fomos direto para o quarto descansar.

A noite foi "daquele" jeito, dormi mal para variar, a barriga já estava incomodando muito, fui algumas vezes ao banheiro naquela madrugada.

No dia seguinte já estava combinado com minha mãe de ela vir me buscar em casa umas 10h30 para eu tomar a vacina da gripe e depois irmos na casa da minha tia para um café da tarde.
Mais ou menos 7h45 eu acordei, (desculpem, mas essas coisas ocorrem no corpo da mulher quando ela está grávida), senti um "corrimento" meio exagerado e corri para o banheiro. Qualquer coisa diferente que ocorre em nosso corpo, já pensamos que pode ser o dia do bebê nascer.
Enfim, me sentei no vaso e começou a sair muito líquido. Nessa hora há um misto de dúvida, alegria, confusão... pensei: "Pra quem ligo primeiro, para o marido, para a mãe, para a médica?". Foi para o marido!
Falei para ele: "Acho que sua filha vai nascer hoje!". Nossa, ele parecia uma criança. Falei o que tinha acontecido, e que eu estava em dúvida se era xixi ou se a bolsa tinha estourado, mas achei que fosse a bolsa, pois não tinha controle daquele líquido!
Desliguei com ele e liguei para minha mãe. De verdade, eu estava suuuuper sossegada! Minha mãe pelo contrário ficou eufórica, dizia: "Ai, meu Deus, é meu rodízio, não dá pra te pegar. E o Pedro? Pra quem eu ligo? Como é que eu faço? Vou ligar pra Thais!".
Terceira pessoa a saber foi a Aline, minha irmã. Como ela mora no apto de cima, liguei para ela e ela ainda estava em casa. Desceu as escadas correndo e segundo ela, quase levou um tombo (é a cara dela).

Enquanto ela descia, liguei para a médica e disse que minha bolsa tinha estourado. Ela perguntou a coloração do líquido e eu disse que estava meio amareladinho, e ela falou para eu correr para o hospital. 
Daí fiquei preocupada... tomei banho rapidinho e o líquido não parava de sair. Não tomei café da manhã, pois sabia que seria necessário jejum... detalhe que já acordei com fome.
Nesse meio tempo o Thiago veio para casa correndo me buscar para irmos para a maternidade. 
Eu estava tão tranquila que arrumei a cama, me arrumei, deixei tudo pronto para a gente só sair, e o pai estava todo atrapalhado, trocando as coisas de carro...
Nossa felicidade era visível. Ficava pensando: "Logo, logo vou ter minha pequena em meus braços, meu Deus, o dia chegou!".
Saindo do prédio, o Thi tirou algumas fotos as últimas com a barriga de 39 semanas e 1 dia:


Pegamos um transito horrível para ir para a maternidade. Viaduto Pompéia parado, Dr. Arnaldo parada, Av. Paulista com transito intenso.

 


(Essa foto tiramos no Viaduto Pompéia, no caminho para a maternidade. Pais pouco ansiosos e babões...)

Minha sorte era que o líquido havia cessado nesse momento e que não tive nenhuma contração.
Chegamos na maternidade e já nos encaminharam para a recepção. Cheguei lá e a recepcionista nos perguntou: "Está marcado para que horário o seu parto?". Urgh, não está marcado, minha bolsa rompeu, kct... (claro que não falei assim,rs).
Então como meu caso era diferente, fui encaminhada ao PA, e lá fiquei por um bom tempo.

 
           (Essa eu chamo de "salinha da ansiedade". Fiquei sentada lá por um bom tempo até ser atendida...)

Ah, no caminho para a maternidade minha médica me ligou para perguntar como estavam as coisas e eu perguntei o motivo de ela ter pedido para eu ir rápido para a maternidade, e ela disse que a coloração (que não era esbranquiçada) do líquido, poderia ser indícios de mecônio (primeiro cocô do bebê). Então expliquei para ela que eu achava que estava com outra coloração por ter um pouquinho de sangue. Então ela me acalmou dizendo que isso era normal, que não havia motivo para preocupação, mas que era bom eu ir logo, pois precisava tomar o antibiótico por causa do estreptococos, já que a bolsa tinha rompido, poderia haver contágio, portanto era bom medicar o quanto antes.

Bom, na salinha da ansiedade mediram minha pressão, me fizeram um monte de perguntas, inclusive, novamente, para quando estava marcada minha cesárea... e mais um vez, respondi que não estava marcada, KCT.
Como estava com o resultado do exame de estreptococos comigo, eles já me medicaram e depois me mandaram para uma sala onde uma dra. me examinou.
Foi nessa hora que fiquei super chateada. Ah, gente, não é drama, mas era algo que queria muito pra mim, queria muito que desse certo o parto normal, não só por mim, mas principalmente para a Anita. É tão melhor, tem tantos benefícios... queria muito ter ficado com ela desde seu primeiro minuto de vida... mas enfim, o que aconteceu foi:
A dra. fez exame de toque em mim (nessa hora meu líquido já estava parecendo uma enxurrada, digo que não é muito agradável a sensação...), e constatou que eu não tinha nem um dedo de dilatação, e mais, meu colo estava fechado, grosso... A Anita estava longe de sair por lá. Para atrapalhar mais, eu não tive contrações. Elas são necessárias para ajudar na dilatação e também para afinar o colo e empurrar o bebê.
Nada me ajudou!
Então a médica que me examinou ligou para a Dra. Vera, explicou como estava a situação, e minha médica me encaminhou para a Cesariana.
Eu quase chorei, fiquei muito decepcionada, mas fiquei pensando que o importante era a Anita nascer com saúde, eu tinha que me conformar.., o que eu poderia fazer afinal?

Nessa sala já pediram para eu tirar todos meus brincos, anéis, relógio e me deram aquele aventalzinho "lindo". 
Voltei para a "sala da ansiedade" e fiquei esperando me encaminharem para o pré parto (baita processo, pelo amor de Deus). 
O Thi ficou comigo na sala de exame, mas na da ansiedade ele não podia ficar comigo. Foi preencher minha ficha de internação, resolver a filmagem do parto e todo resto.
Nessa hora já estavam na maternidade minha mãe, irmã Thais e meus sobrinhos todos, André, Victor e Pedro.
Me mandaram deixar minha bolsa e celular com o Thiago, e aí que o tempo não passava mais mesmo.
Depois de um tempo, me levaram numa cadeira de rodas para a sala de pré parto, onde estavam mais duas grávidas apáticas. Tá louco, eu super empolgada com o nascimento da minha filha e elas com cara de quem estava indo numa consulta de rotina...
Elas tinham marcado a cesariana... Que meninas sem emoção...
Nessa sala, apesar de chegar depois, fui atendida primeiro, provavelmente por eu estar com a bolsa rompida.
Minha médica apareceu nessa hora, conversou comigo para eu não ficar chateada e disse que minha filha não queria nascer por "lá"... e que iria tentar acelerar o processo todo e tentar fazer meu parto naquelas salas que contei para vocês, que tem aquela janela com vidro leitoso que os médicos, assim que o bebê vai nascer, tornam o vidro transparente para os familiares poderem ver o bebê. 

De lá fui para uma outra sala onde fiquei deitada numa maca, e me colocaram no soro. O tempo não passava, estava muito ansiosa. Nessa sala havia um monte de grávidas, umas 15 no mínimo (acho que todo mundo gosta do dia 25, pois a maioria estava com o parto marcado).
Mais uma vez me perguntaram para quando estava marcado meu parto... minha nossaaaaa, que car.....
Apareceu um anestesista que me explicou como seria feita a cesariana e como seria aplicada a anestesia.
Minha médica apareceu novamente dizendo que eu já tinha apartamento e que meu parto seria umas 13h30/14h + ou -.
Ligou para o Thiago avisando como estava tudo e me deixou lá.
Ás 13h40 aproximadamente uma enfermeira chegou dizendo que era hora de irmos.
Por incrível que pareça, das 7h45 da manhã, até as 14h eu não tive uma contração sequer! 
Perguntei para ela quanto tempo demoraria para o bebê nascer, pois eu havia nascido às 14h e seria legal se ela nascesse no mesmo horário, mas ela achou que nasceria um pouco antes, pois era bem rápido, coisa de 10 minutos.
Me levou de maca até a sala de cirurgia. Meu Deus, que frio na barriga. Estava ansiosa, mas não nervosa. Acho que de todas as cirurgias que fiz, foi a que menos tive medo, a que mais estava calma. 
Chegando na sala, me explicaram de novo como seria o parto. A anestesista era uma graça, muito atenciosa, aplicou a epidural em mim. Aff, que aflição. Sempre tive medo de me mexer na hora de aplicar a anestesia e ficar paraplégica hahaha. Sempre pensei nisso com pavor. Tentei ficar imóvel.
Depois de aplicar a anestesia eles me colocaram a sonda e daí eu já estava meio grogue. Não sei o que mais eles colocam no nosso soro, mas fiquei estranha...
Minha médica ficava o tempo todo tornando a janela da sala transparente para ver se minha família já estava lá, mas cadê todo mundo?
Inclusive o Thiago não chegava. Que medo de ficar sozinha nessa hora tão linda.
(Nossa última foto como um casal)Um pouco depois ele estava lá, ufa, que alívio ter meu marido comigo. Um pouco depois vi as mãos dos meus sobrinhos no vidro tentando enxergar alguma coisa. Mais um alívio.
E aí, exatamente às 14h, ouvi eles dizerem: "Papai, vem pra cá fotografar, vai nascer!". Meu coração acelerou, uma alegria tomou conta de mim, e em alguns segundos, escutei seu chorinho. Ah, que alívio ouvir seu choro!
Claro, eu também chorei!




                                               (Anita nasceu com 3,150 kg e 49 cm)

E a mãe, mais uma vez, se ferra! É a última a ver o bebê...

(Nossa primeira foto juntas, amor a primeira vista, a primeira mexida, a primeiro ultrassom...Melhor momento da minha vida)

                                                  (A família babando na pequena)


                                              (Nossa primeira foto como uma família)

Depois do parto, o Thiago saiu da sala e levaram minha pequena embora. Enquanto os médicos me costuravam, eu ficava olhando o relógio e a hora não passava, queria ir para o quarto, ver minha filha, pegá-la no colo, mas não... fui para a sala de recuperação, onde estavam mais umas 500 mulheres se recuperando da anestesia, e por lá fiquei por um tempão.
Eu, muito boba, ficava rindo sozinha, lembrando do parto, do pouco que vi do rostinho da Anita, pensando em em pouco tempo a teria comigo, embaixo das minhas asas! Me pegava rindo sozinha, devia estar com uma cara de boba...
Senti então muita coceira, muita mesmo, minha médica disse que eu teria coceira por conta da morfina, para não sentir dor no corte naquelas primeiras horas pós parto, e eu me coçava tanto que fiquei um horror, toda vermelha.

Gente, e a anestesia? Pelo amor de Deus, que sensação horrorosa é ficar sem mexer as pernas, sem senti-las. É apavorante! Querer mexer e ela não responder... Tanto que na hora do parto, os médicos colocaram minhas pernas em uma posição e eu achava que elas continuavam daquele jeito, podia senti-las naquela posição. Mas de repente vi minhas pernas pra cima e morri de aflição. Até disse para minha médica que tinha certeza que elas continuavam na posição que estavam assim que tomei a anestesia, e ela disse que já não estavam assim fazia tempo. Nossa, muito estranho!!!

Deu mais ou menos 2h30 na sala de recuperação e eu já tinha começado a mexer as pernas de novo. Iam me levar para o quarto, mas quando viram meu estado, toda vermelha de tanto me coçar, me perguntaram se eu queria um medicamento para dar uma amenizada e eu disse que sim. Por esse motivo fiquei lá por mais 40 minutos. 
Demorei tanto que o Thiago ligou para perguntar se eu estava bem. O que foi bom, pois ela acelerou o moço para ir me buscar e me levar para o quarto.
Foi então que o mocinho me pegou na maca e me levou para o quarto. Cheguei no quarto (um belo quarto por sinal, acho que duas vezes e meia maior do que o quarto que vi quando  fui conhecer a maternidade) estavam minhas irmãs, pais, cunhados, sobrinhos e minha prima. 
Não me lembro direito de tudo, nem o que eu disse ou fiz, eu ainda estava grogue. Fiquei no quarto por um tempão e cadê minha filha?????
Eles não traziam ela pra mim, e eu, como sou a rainha da pesquisa, li que é muito importante dar de mamar na primeira hora de vida do bebê, mas pelas regras da maternidade, o bebê só vai para o quarto depois do pediatra vê-lo, dar banho, etc... e isso demora aproximadamente 7 horas para acontecer e ela poder ir para o quarto e ficar comigo. Que raiva!
No fim das contas minha irmã Aline deu um "piti" e trouxeram a Anita para mim
(Essa é a foto que estou menos feia, a anestesia acaba com a gente e eu não tinha condições de sair bonita, rs).

No restante da noite (porque já era noite), a família tirou fotos com a Ani, e ficaram babando nela, que já era um poço de simpatia e beleza. 
Ok, sou mãe coruja, mas ela é tão linda!!!

Meus tios também foram para lá, chegaram depois.

Bom, esse foi o dia que a Anita nasceu, o dia mais lindo e importante da minha vida. Foi maravilhosa a surpresa de acordar e ela ter me dado o sinal, que aquele era o dia dela, que eu a teria em meus braços em poucos instantes, e no dia que ela escolheu para isso acontecer. 
Foi nesse dia que descobri o que é o amor verdadeiro, o mais puro e sincero que se pode existir. Que a gente se doa sem receber e querer nada em troca. Nosso retorno é ver nosso bebê crescer graças ao nosso leite, saber que está saudável graças à nossa dedicação, e que está desenvolvendo normalmente. 
É  perfeito ver o sorriso mais lindo do mundo e seus olhinhos fixos em nós, nos conhecendo.
Não tenho dúvidas de que a melhor coisa que existe nesse mundo para uma mulher é se tornar mãe!

(primeiro registro de seu sorriso)

(Esse texto eu comecei a escrever há 4 dias, mas com a correria de troca de fraldas, mamadas, banhos, roupas sujas para lavar, coisas em casa para arrumar, sono atrasado... só consegui terminar hoje e com muito esforço). Peço desculpa se me prolonguei demais, mas é que além de ser um blog, acabou se tornando um diário pessoal, e aqui quero deixar tudo registrado para um dia a Anita ler e saber o quanto é especial para mim e todos que a cercam, e o quanto sua chegada foi bem vinda por nós!
Anita, você é nosso sonho realizado. O sonho da mamãe e do papai. Esperamos por esse momento durante 13 anos, e ele se realizou, na hora certa, como o melhor sonho que poderia existir.
Obrigada, meu Deus, por ter me dado a oportunidade de gerar e conceber esse anjinho, obrigada por me tornar mãe e ter meu primeiro e maior amor do mundo em meus braços.
Um amor que não se compara a nada que já vivi nessa vida. E é por isso que dizem, que por um filho, a gente faz coisas inimagináveis!

Amo você, Anita, mais do que tudo, te amo tanto que chega a doer, e por você dou minha vida!

Obrigada por me escolher para ser sua mãe, prometo ser a melhor que posso ser, a melhor do mundo para você, e estar sempre ao seu lado, ser sua amiga, seu colo, seu porto seguro!